
Estava aqui viajando pela Internet e procurando um motivo para escrever um texto. Até agora, confesso, não encontrei. Ás vezes sinto uma certa obrigação em postar um texto por semana, mas essa vida de tantas correrias não permite. Eu prefiro as madrugadas para tal façanha. É uma façanha mesmo. O silêncio da noite me inspira. Só que hoje é um dia diferente e quero escrever mais cedo. Sinto necessidade de dormir. Tenho me cansado com tantas coisas que me sufocam. Dentre elas posso evidenciar algumas aqui como: família, faculdade, trabalho, igreja e amigos. Lembrando que não as coloquei em ordem por grau de importância na minha vida. Apesar que poderia fazê-lo.
Estou me cansando de olhar para rostos fechados todo o tempo. Quantos olhares condenam-me quando chego tarde em casa depois de um dia cansativo de trabalho. No outro dia não suporto. E o mais engraçado é que não sou (mais) um adolescente e sinto como se fosse. Excluído, rejeitado, indesejado. Acredito que estou louco ao pensar assim. Quero acreditar que não. Vou me tornando insuportável ou eles ou nossa convivência. Não sei. Eu não vejo, nesse povo, alguns, sem escrúpulos, motivo para que tenham minha atenção. Prefiro não ser dialógico aqui em casa. Quantas vezes me refutaram. Hoje não o fazem mais, prefiro preterí-los, talvez, todo o tempo.
Estou me cansando de acordar de madrugada. Como foi prazeroso no começo. Como tudo nessa vida é. Sinto vontade de ficar na cama por mais umas 10 horas seguidas. Tenho plena convicção de que a recompensa virá, se é que já não veio. Já veio. Mas mesmo assim, é um desânimo tão grande que toma conta de mim. Me desliga de tudo. Me apaga. Quando olho para a linha que deixei e percebo que muito sofrimento já é passado. Aquele povo se esbarrando todo dentro do ônibus me irrita. Chegar suado ao ponto todos os dias depois de uns 15 minutos de correria. Voltar em pé depois de uma noite mal dormida e uma manhã de árduo estudo. Ás vezes meus olhos se fecham e me desconecto. Esqueço que estou de pé. Quase caio. Que vexame. Só que tem tanta gente vivendo o mesmo que eu que nem me sinto no direito de rezingar muito. É melhor calar. Já está acabando mesmo.
Estou me cansando de esforçar demais por pessoas que nada querem aprender, ou simplesmente acurar aquilo que já sabem. Tantos alunos me fazem regozijar, outros nem tanto. Mas é preciso suportá-los. Acreditar que um dia se lembrarão daquilo que falei. Como a vida (acadêmica, não) está apenas começando, as coisas não são levadas tão a sério, ainda. Repito que por alguns deles, não por todos. Como tenho me esforçado para limar algumas pedras preciosas que tenho. Verdadeiras jóias. Trigos em meio a joio. Isso já me é mais que suficiente. Se eu puder torná-los melhor, assim o farei. Ao menos um. As britas a gente convive.
Estou me cansando porque por tantos anos eu me dediquei a este trabalho que, de fato, considero tão decoroso. Só que o tempo passou. Hoje a igreja mostra não apreciar o que fiz. Se você faz certo, ÓTIMO, mas se erra, lá estão todos apontando a falha cometida. Sei que a recompensa não é aqui. Mas me diz quem não quer ser reconhecido pelo brávio serviço dedicado. Acho que, em uma certa época, me doei por completo. Foi maravilhoso. Hoje não é mais. Aquela animação passou. Talvez por todas as peripécias mencionados anteriormente. Continuo lá, não como antes. O pior é que as pessoas percebem que já não sou mais o mesmo. Dizem que quero desviar. Mentira.
Estou me cansando da inexistência de meus amigos. Tenho alguns especiais. Nem sei o quê amigos fazem juntos mais. Parece solidão. Acho que foi opção ou eles se foram mesmo. Quem são eles? Não me lembro mais. Prefiro não lembrá-los, não visitá-los, não revê-los, se possível, nunca mais. Parece mais um isolamento. Ontem eu conversava com alguém, muito inteligente por sinal, que disse que o conhecimento nos torna, um pouco, senão muito, incultos (contraditório não?), baldios, ríspidos, indelicados, severos, árduos. Dediquei-me muito a eles. Não valeu a pena. Não valorizaram. Hoje me dedico a mim. Tem alguém me ensinando isso ( Você sabe que é você). APRENDI. Hoje posso dizer que " sou mais eu".