
Ao nascer temos contato com um dos elementos primordiais à nossa existência. O leite materno. Muitas crianças nascem com uma enfermidade chamada refluxo, o que não permite que certos alimentos fiquem no estômago. E acabam, assim, regurgitando todas as vezes que se alimentam. Mas com o passar do tempo e com tratamentos tudo se resolve e começam a se alimentar normalmente.
Quando crescem começam a selecionar tipos de comida. Não por conta de doença agora, e sim por vontade própria. A mãe até que insiste várias vezes para que o filho como de tudo afirmando que é bom para o crescimento. Verduras, frutos, legumes e outros, mas é inútil porque aquilo que está sendo oferecido pode não ter o sabor que esperam e, sendo assim, preferem deletá-los de vez de todas as refeições.
Agora já freqüentando a escola as crianças se alimentam, não apenas de comidas comuns, mas de leituras que pouco agradam, não ao estômago, mas ao ego. Quando a professora pede leituras para casa é ilusão porque quase sempre chegam sem essas leituras realizadas. Existem raras exceções, é claro.
Já na universidade paramos e percebemos que não se alimentar de certas leituras que foram propostas tempos atrás nos faz falta hoje. Crescemos sim, mas com carência nessa área. Quando nos oferecem uma leitura que não gostamos, logo dizemos que não queremos nem ao menos ver a capa do livro. Quem sabe se provássemos sentiríamos grande prazer em degustar esse algo estranho.
Trilhar o universo da leitura, para muitos, é como se fosse engolir todas as comidas que se abomina. Ao ponto de pensar que pode se ter indigestão ou coisa assim. E tem. A cabeça dói, as vistas cansam, e dizemos não entender nada disso que lemos. É desafio constante manter-se nesse caminho. As letras, às vezes, nos sufocam, mas por outro lado abrem completamente nossa visão e nos faz ir além daquilo que vemos.
A leitura é um único caminho que nos tira da completa ignorância e nos auxilia a enxergar a sociedade em que vivemos com olhos mais críticos. Agora, depender de outros para sair desse submundo é não usufruir da inteligência que possuímos. Uma pessoa que muito adimiro e que considero importante disse: “Ou nos tornamos autodidatas, ou seremos eternamente burros”. Aceita?