Milton Nascimento e “Rogério Teles”
Composição: Fernando Brant, Milton Nascimento e "Rogério Teles"
Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves bem dentro do coração. E é assim amiga que eu fiz com você. Procurei lá dentro de mim um espaço para você, mas não encontrei porque você já havia conquistado a sua parte de mim.
Assim falava a canção que na América ouvi, mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir. Hoje me lembro de nossas primeiras conversas e do quanto eu sentia vergonha de você. Tão culta, escolhendo palavras para falar comigo. E eu, coitado, todo sem jeito. Mas o tempo foi passando e hoje, as vezes, eu te deixo sem jeito. Tlavez com minhas loucuras não planejadas.
Temo muito a sua partida porque essa companheira que conquistei eu não quero perder. Só que assim é a vida. Hoje temos as pessoas e amanhã elas já se foram.
Mas quem ficou, no pensamento voou com seu canto que o outro lembrou e, quem voou, no pensamento ficou com a lembrança que o outro cantou. Muitos foram os momentos em que você me aconselhou para que eu não tomasse decisões mais que precipitadas. Confesso que as vezes me magoou com suas broncas bem dadas, mas ficou. Está tudo aqui, guardado dentro de mim. Quando eu mais quis desistir você me estendeu a mão e me acudiu. Quero ser grato a ti amiga do meu coração.
Amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito mesmo que o tempo e a distância digam "não". Mesmo esquecendo a canção o que importa é ouvir a voz que vem do coração. Como fui aliviado naquele dia. Aquele mesmo, o que eu nem encontrei palavras. Me lembro quando você disse que eu não precisava das palavras e que eu deveria apenas me calar e ficar feliz. Obedeci amiga. Pode acreditar em mim. As vezes me senti tão diminuído diante de outras pessoas e você com muita sabedoria consegui me mostrar o valor que tenho. Me valorizo mais hoje. Aprendi a dizer “NÃO” e a dar prioridade a mim. No começo não foi nada fãcil deixar de fazer todos os favores possíveis. Porém hoje me sinto bem mais aliviado.
Por mais que eu escolhesse todas as palavras bonitas para dizer a você eu não conseguiria. Acredito que a simplicidade transmite os verdadeiros sentimentos. Sabe que hoje percebo que o tempo tem nos separado muito. Mas saiba que mesmo assim você continuará tendo um lugar especial em meu coração. Torço muito pelo seu sucesso e você tem o “segredo dos vencedores”. Obrigado, amiga, por toda a motivação que você gerou em mim. Por ter sido sempre minha meste. Irmã. Conselhira e, acima de tudo, MINHA ETERNA AMIGA.
Pois seja o que vier, venha o que vier qualquer dia, amiga, eu volto a te encontrar.
Qualquer dia, amiga, a gente vai se encontrar por muitas outras vezes. Eu sei.
À VOCÊ. AMIGA, REJANE
Com carinho.
APRENDIZ DE LEITOR
Uma página de alguém que, por influência e necessidade, decidiu dedicar mais tempo a leitura e ao devaneio. Consciente de que a produção textual é um desafio que se faz necessário a cada dia.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
domingo, 22 de novembro de 2009
MONSTRINHOS
Dias atrás eu estava procurando alguns vídeos que chocassem meus sentimentos. Queria assistir algo que me fizesse refletir sobre alguns conceitos em relação à vida. Surfando pela rede acabei encontrando um vídeo que mostrava um pouquinho do sofrimento no continente africano. Achei que seria desinteressante porque é tão comum ouvir, ver e ler comentário sobre isso, mas mesmo assim decidi arriscar. Fui assistindo vídeos que falassem sobre essa triste realidade africana.
Foi mais triste ainda descobrir que a fome não é por escassez de alimentos e sim porque a população não tem uma renda suficiente para adquirir os produtos alimentícios. Como é triste observar a imagem daquelas crianças que na verdade se parecem com “monstrinhos” de tão magras que são. Não resisti às lágrimas ao perceber que tenho tudo ao meu alcance e mesmo assim reclamo sempre. Acredito que esse seja o mal do ser humano, nunca estar satisfeito com aquilo que possui.
Desestimulante saber que os governos mundiais, como o dos Estados Unidos, por exemplo, investem mais dinheiro em armas que em alimentos. Poderiam sanar a fome de todo o planeta se desviassem esse dinheiro para esse fim.
Não vivo e nunca vivi a realidade da África. Talvez devesse, nem que fosse por uma semana só para sentir na pele o que eles sentem. Poder contar cada osso do corpo. É muito triste. Apesar de conscientes de tudo isso, nada fazemos para ajudar quem lá se encontra. Sinto-me um nada ao perceber que me encontro aqui no meu quarto, fechado nesse meu mundinho enquanto lá fora as pessoas, da África, estão fechadas nesse mundão sem direito a um quarto como o meu.
Tenho tudo e não sabia. Enfim, vejo minhas dificuldades com outros olhos agora. Às vezes eu chorava porque não tinha o dinheiro do lanche na faculdade. Agora não chorarei mais porque sei que terei almoço quando chegar à minha casa. Tudo que sofri e sofro não se compara com o que vi.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
FALTA?
Desde quando eu vim pra cá me diziam que deveria ser mais compreensível. Que não podia responder minha avó. Que ela já está muito velha e que não tem mais noção do que fala. Eu, como sempre, sempre discordei de tais argüições. Nunca respondi mal minha avó. Nunca vi a velhice dessa forma. Muitas pessoas perdem a noção do que falam muito antes de chegarem na velhice.
Minha avó é muito lúcida. Sabe muito bem do que fala. Não lhe falta memória, apesar de todos os seus filhos pensarem assim. Vive acusando as pessoas. Falando mal de todas as pessoas. Se passa alguém com uma roupa um pouco mais extravagante que o “normal”, ela já acusa de “piranha, puta, safada”. Se passa um homem junto com outro homem, ou se dois homens estão numa mesma bicicleta. Meu Deus, prefiro nem comentar.
No último domingo ela ultrapassou todos os limites de minha paciência. Fez esquete. Não suportei. Sai de casa. Ela, coitada, não acreditou que eu teria coragem para tal ato. Tive. Nem eu acreditei. Fiquei quatro dias fora. Não resisti e voltei. Por ela? Não sei. Devo tanto. Dizem que devo tudo. Acho que não. Somos o que somos independentemente do lugar onde moramos. Penso assim. Não sei você. Mas enfim, voltei. Tudo está aqui. Tudo que preciso em relação a estudos, trabalho, vestimetas....
Foi ótima a estadia que tive fora de meu esconderijo. Quatro dias de noites mal dormidas. Estomago roncando até o amanhecer. Não por falta de alimentos na casa, mas por não fazerem comida com muita freqüência. Eu senti como alguém que se separa do cônjuge. Não sofri tanto assim. Foi tanta pressão para que eu retornasse ao lar que até me senti o “FILHO PRÓDIGO” quando cheguei. Quanta hospitalidade, porém eu até prevejo o futuro. Tudo será como era antes.
Enfim, hoje estou aqui ouvindo barulho de chuva e recordando os dias que não entrei nesse lugar. O mesmo cheiro.Calor. Bagunça. Este é o meu lar. Precioso para mim. Vamos ver se me valorizam agora. Posso ir embora de novo. Não grita comigo.
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