Desde quando eu vim pra cá me diziam que deveria ser mais compreensível. Que não podia responder minha avó. Que ela já está muito velha e que não tem mais noção do que fala. Eu, como sempre, sempre discordei de tais argüições. Nunca respondi mal minha avó. Nunca vi a velhice dessa forma. Muitas pessoas perdem a noção do que falam muito antes de chegarem na velhice.
Minha avó é muito lúcida. Sabe muito bem do que fala. Não lhe falta memória, apesar de todos os seus filhos pensarem assim. Vive acusando as pessoas. Falando mal de todas as pessoas. Se passa alguém com uma roupa um pouco mais extravagante que o “normal”, ela já acusa de “piranha, puta, safada”. Se passa um homem junto com outro homem, ou se dois homens estão numa mesma bicicleta. Meu Deus, prefiro nem comentar.
No último domingo ela ultrapassou todos os limites de minha paciência. Fez esquete. Não suportei. Sai de casa. Ela, coitada, não acreditou que eu teria coragem para tal ato. Tive. Nem eu acreditei. Fiquei quatro dias fora. Não resisti e voltei. Por ela? Não sei. Devo tanto. Dizem que devo tudo. Acho que não. Somos o que somos independentemente do lugar onde moramos. Penso assim. Não sei você. Mas enfim, voltei. Tudo está aqui. Tudo que preciso em relação a estudos, trabalho, vestimetas....
Foi ótima a estadia que tive fora de meu esconderijo. Quatro dias de noites mal dormidas. Estomago roncando até o amanhecer. Não por falta de alimentos na casa, mas por não fazerem comida com muita freqüência. Eu senti como alguém que se separa do cônjuge. Não sofri tanto assim. Foi tanta pressão para que eu retornasse ao lar que até me senti o “FILHO PRÓDIGO” quando cheguei. Quanta hospitalidade, porém eu até prevejo o futuro. Tudo será como era antes.
Enfim, hoje estou aqui ouvindo barulho de chuva e recordando os dias que não entrei nesse lugar. O mesmo cheiro.Calor. Bagunça. Este é o meu lar. Precioso para mim. Vamos ver se me valorizam agora. Posso ir embora de novo. Não grita comigo.
Difícil comentar num texto de meu professor de redação, é. Não tenho completa certeza, mas acredito que compreendo bem o seu post. Nossa casa vai ser sempre a nossa casa, não importa o que aconteça. O feliz é saber que independente da nossa decisão, do caminho que escolhermos seguir... As pessoas que nos amam sempre estarão lá, prontas pra nos receber de volta.
ResponderExcluirEstou de blog novo, visita lá! :D
A nossa vida é uma caixa de surpresas, e o seu esconderijo tem muitas surpresas para ti. Às vezes vc vai se sentir pressionado, angustiado, mas vc encontrará dentro de vc a saída pra tudo. Vc mesmo é o responsavel por enocntrar todas as suas saídas para uma vida bela e agradável aos seus olhos e aos olhos do Pai. Amo vc. Gabi.
ResponderExcluirÉ sempre bom e recomendável olhar as coisas por outro ângulo. Sair da sua casa, do seu hábitat, permitiu-lhe ver esse espaço com outros olhos e percebê-lo como sendo necessário.
ResponderExcluirLembre-se:
Se queremos pessoas melhores para estar ao nosso lado, devemos ser igualmente melhores para estar ao lado delas.
Pense nisso.
Bom fim de semana, amigo.
Acredito que a vida é uma constante aprendizagem. E temos que aprender a conviver com os conflitos do dia a dia, e a se deparar os problemas. Temos também a aprender lidar com as pessoas e aceitar elas do jeito que são. Não criticar. Não desmerecer. Apenas aceitar. Pode parecer dificil. IMPOSSÍVEL! Mas é preciso tentar. E espero que tudo continua tendo um final feliz, mesmo que o desenvolvimento não seja dos melhores.
ResponderExcluirIntendo pelo o que ta passando, afinal também tenho uma avó dentro de casa que me tira do sério. Não quero te julgar, nem te apontar, quero somente comentar e lhe pedir que pense nessas duas frases que você escreveu no final de seu texto:
ResponderExcluir"Vamos ver se me valorizam agora."
Será que realmente ela não te valoriza?! Você já pensou em tudo o que ela fez a você? A preocupação quando demora? O esforço para fazer um alimento para você comer? Já percebi muitas vezes que quando ela sai e tem comida no lugar, ela sempre pega um pouco e leva para você.. Sim, ela é lucida, e a maior prova disso é que mesmo estando se divertindo em lugares longe de você se lembra que quando voltar pra casa verás o sorriso de um neto entregando-lhe um alimento que ela pôde degustar!
"Posso ir embora de novo."
Mas será que ir embora é a melhor solução?! E você como ficará sabendo que deixou um lar? Uma avó? Uma pessoa que te ama? Que mesmo lucida, está de idade e precisa da companhia de alguém?
Lembre-se sempre: NINGUÉM É PERFEITO, anão ser Deus...
barriga roncando ñ por falta de comida, mas pq ninguem fazia com mta frequencia?? hehehe, onde sera heim?! noites mal dormidas? quem sera ne?
ResponderExcluirbjo rogerio!