Simplesmente despejaram textos em cima de mim. Pensava que fosse ficar louco porque até no sábado não havia realizado a leitura de nenhum deles. Comecei neste mesmo dia à tarde. Foram horas incessantes de leitura. Achei que teria indigestão por tantas teorias que consumi. Quando me lembrava do relógio já havia passado mais de três horas de atividade consecutiva e parecia que ainda não havia internalizado nada.
Durante todo o sábado e domingo “John Lions”, “Widdowson”, “Guy Cook”, “Paulo Rónai”, “Luciana Maia”, “Agenor de Moura” e outros estudiosos da Lingüística (Aplicada) e das Teorias da Tradução tomaram conta de mim. Alguns, na verdade, invadiram-me sem sequer pedir minha autorização.
A maldita prova oral chegou. Todos meus “amigos” de sala já estavam em suas casas ou em casas de outros, shoppings, fazendas, clubes curtindo suas férias. Não invejo nenhum deles. Meus trabalhos não terminados me prenderam na universidade até agora. As leituras que antes eram doces se tornaram mais amargas que fel. O pior foi ter que finalizá-las.
Primeira pergunta da prova oral. Respondida. E as outras foram vindo. Toda uma banca de professores assistindo aquela minha aula sobre os nove textos que havia, de forma muito forçada, comido. Segunda, terceira, quarta. Não sei essa não. O desespero veio. A quinta invadiu meu cérebro e eu a matei na hora. Aprovado, por misericórdia em Introdução á Tradução. Outra seqüência de questões e três respostas negativas de minha parte. Elas vieram de uma forma que não as compreendia. Não adiantava implorar pro explanação porque tinha que aceitar do jeito que estava. Reprovado de Lingüística Aplicada. Não tive uma carta na manga. Na verdade não existia nenhuma ali a não ser uma angústia e um desespero.
“Infelizmente você não conseguiu ser bem-sucedido nessa parte”. Tudo bem, afinal, sabia do resultado antes mesmo de entrar ali e me sentar na cadeira executiva. Quis vomitar minhas leituras ali mesmo. Ficaria feio demais pra mim e pra todos. Havia mais uma disciplina a ser avaliada. A que me fazia levantar mais cedo que o normal para cumpri carga horária. Outro resultado negativo. Retido outra vez. Duas em um mesmo semestre.
Agora o tão almejado diploma de graduação virá, ainda de uma forma mais difícil. Não aumenta tempo ter que cursar novamente duas disciplinas que já conheço. ""Vai doer no bolso do meu pai””. (permitam-me a dupla aspas).
Não compensou fazer das minhas ocupações (fora da universidade) prioridades. Gerou prejuízos irreparáveis. As escolhas estão postas à mesa para que se selecione a melhor. A escolha foi à “coisa” errada achando que fosse a correta. Sem volta. Repetir apenas é a saída.
Os eixos que faziam-me acreditar no fim desse tédio estão fora de ordem, nem sei qual é o horizontal (paradigmático ou sintagmático?) e muito menos qual é o vertical (sintagmático ou paradigmático?).
Reprovação é um novo léxico acrescentado no sintagma de minha vida.
Trilhar um caminho difícil e chegar ao final e perceber que não há porta a ser aberta, perceber que teremos que permanecer por mais um tempo a procura da saída é algo delicado, complicado até.
ResponderExcluirSei que foi frustante pra você essa experiência, mas sei também que lhe trouxe uma reflexão/aprendizado enorme a respeito das escolhas que temos que fazer.
Que o ano de 2009 seja registrado como ano de caminhada, de aprendizagem, de crescimento.
Faça do ano de 2010 um ano diferenciado.
Abraços.
mas vc é inteligente e esforçado, garanto q passara na proxima.
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